Redação
O Ministério Público Federal (MPF) anunciou na última quarta-feira (03) o pedido de condenação do youtuber e influenciador digital Júlio Cocielo pelo crime de racismo praticado virtualmente entre 2011 e 2018. O processo corria em sigilo até dezembro de 2023 após Justiça Federal acolher pedido do MPF.
A ação penal contra Júlio encontra-se em fase final em primeira instância, pronta para julgamento. O crime de racismo foi praticado pelo youtuber por meio de publicações em seu perfil no X (antigo Twitter). O MPF elencou cerca de nove exemplos do racismo recreativo praticado pelo influenciador, como “o brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas, mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”, “nada contra os negros, tirando a melanina…”.
Uma publicação em especial contra o jogador de futebol francês afrodescendente Kylian Mbappé, publicada durante a Copa do Mundo de 2018, em que Cocielo sugeria que o jogador faria “uns arrastão top” devido a sua velocidade, ganhou repercussão negativa na web. Na época, Júlio apagou cerca de 50 mil tweets e publicou um texto pedindo desculpas e assumindo o erro.
“Ainda que o réu seja humorista, não é possível vislumbrar tom cômico, crítica social ou ironia nas mensagens por ele publicadas. Pelo contrário, as mensagens são claras e diretas quanto ao desprezo do réu pela população negra”, destacou o procurador da República João Paulo Lordelo, responsável pela ação do MPF.
A Lei do Racismo prevê condenação a quem praticar, induzir ou incitar discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Cada postagem com teor racista feita por Cocielo feita separadamente, deverá gerar pena de até 5 anos de prisão, considerando-se o agravante das mensagens terem sido veiculadas em uma rede social.
O caso chegou ao MPDF em 2022, anteriormente sendo de responsabilidade do Ministério Público do Estado de São Paulo.
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