Redação
A empresária Wilma Petrillo, viúva da cantora Gal Costa, que faleceu em novembro de 2022 aos 77 anos, está sendo acusada de assédio moral contra ex-funcionários da baiana, ameaças e golpes financeiros em nome de Gal.
A denúncia ganhou forma através de uma reportagem da revista Piauí do mês de julho. O jornalista Thallys Braga entrevistou treze pessoas entre ex-funcionários de Gal, amigos e familiares.
O médico Bruno Prado diz que a empresária chegou a pedir emprestado cerca de R$ 15 mil para uma cirurgia nos olhos e que não pagou a dívida no prazo combinado. Wilma ainda usou a orientação sexual do médico para ameaçá-lo.
“Se você continuar me cobrando, eu vou fazer uma coisa muito bonitinha: conto pro teu pai que você é viado”, relembrou ele. Ao contar a situação para Gal, a artista prometeu que o pagamento da dívida seria feito por Wilma. O pagamento foi feito, mas Wilma seguiu com as ameaças.
O produtor Ricardo Frugoli diz que acumula más lembranças do tempo em que trabalhou com Wilma e que Gal, teria perdido oportunidades de shows no Brasil e na Europa por causa do comportamento da mulher.
Acusações de furto, intrigas e ex-funcionários com episódios de depressão causados por humilhações rodeavam os bastidores.
Ricardo contou que abriu o jogo com Gal, mas que a cantora ficou furiosa ao supor que poderia estar sendo roubada e ambos nunca mais tocaram no assunto.
“Durante muito tempo, fui o cara que não deixou a bomba explodir. Continuar ali era importante para protegê-la do que vinha acontecendo na carreira e dentro de casa”. Ele chegou a fazer um boletim de ocorrência contra Wilma por ameaças e foi demitido quatro dias depois da denúncia.
Segundo a reportagem, entre os bens de Gal deixados para o único filho, Gabriel, o item de maior valor é um imóvel, comprado por R$ 5 milhões em 2020, no bairro dos Jardins. Um ex-funcionário que trabalhou com Gal até sua morte diz que a conta da cantora era “um buraco negro”.
Todos os entrevistados pela Piauí concordam que as finanças de Gal foram minadas no período em que Wilma e Gal estiveram juntas. As dívidas iam de restaurantes, a mensalidades da escola de Gabriel, pagamentos de empregados e até à Receita Federal dos Estados Unidos.
Wilma teria barrado até mesmo um show de Gal no Carnegie Hall, a casa de concertos mais famosa de Nova York. “Na próxima vez que ligarem, diga que a Gal não gosta de se apresentar nos Estados Unidos”, disse Wilma. Segundo Gal a amigos, ela não retornava aos EUA por medo de ser presa, já que Wilma vendeu um imóvel dela em Nova York e não pagou os impostos devidos.
A atriz Sônia Braga também teria sido vítima de um golpe aplicado por Wilma, mas ela não respondeu até a publicação da reportagem.