Clísia Reis
Após decisão da prefeitura em sediar uma das maiores festas natalinas da capital, excepcionalmente neste ano, no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador, com uma extensa programação cultural, a acessibilidade e mobilidade para pessoas portadoras de deficiência física não foram adotadas pela prefeitura na projeção e ornamentação do evento, relata deficientes que encaram como desafio participar do festejo na região.
A dificuldade de locomoção para acompanhar e participar da programação natalina no Pelourinho é relatada por Jailson Carvalho, 50 anos, mais conhecido como Jailson Cadeirante, ativista dos direitos dos PCDs e presidente da Associação Baiana de Cadeirantes (ABC).
Jailson expôs a negligência por parte da prefeitura na projeção do evento para as pessoas com deficiência.
“ Com a troca do ‘Natal de luzes’ do Campo Grande para o Pelourinho, acabou segregando as pessoas com deficiência e tirando os seus direitos.”
Jailson salientou as condições precárias que dificultam o acesso ao evento. “Percorri da Rua Chile até a Praça Tomé de Souza, e não tem piso tátil para os deficientes visuais, sem rampa, as barreiras arquitetônicas estão no meio do caminho, as ruas de pedra, calçada estreita, então é muito difícil para nós nos locomover”.
Com o intuito de valorizar o Centro de Salvador, a prefeitura não deu a devida atenção à acessibilidade dos mais de 300 mil cidadãos com deficiência na capital.
“Foi uma grande falha da prefeitura não ter ouvido as entidades e órgãos de pessoas com deficiência para escolher outro lugar ou oferecer um conforto melhor para nós, então sim, para nós isso é muito triste.” Finalizou o ativista.
● Acessibilidade em Salvador
À acessibilidade ainda se mantém em constante precariedade em Salvador, em outubro deste ano o prefeito Bruno Reis (União Brasil), vetou o Projeto de Lei 193/2021, que visava sobre a dispensa da obrigatoriedade de parada dos ônibus para embarque e desembarque, somente nos pontos, quando solicitado por pessoa portadora de deficiência física ou com mobilidade reduzida.
Segundo o prefeito, esse projeto não atende ao interesse público. “Tendo em vista que irá impactar de forma negativa na oferta do serviço de transporte público.”
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